-
Arquitetos: Coplanar Arquitetura
- Área: 115 m²
- Ano: 2022
-
Fotografias:Júlia Tótoli
-
Fabricantes: Coral, Deca, Eliane, Esteves, Imab, Legrand, Lorenzetti, Terral Jardinagem, Ullian Lucasa
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizada em uma propriedade rural a 25 minutos do Plano Piloto de Brasília, a pequena casa existente construída no final dos anos 90 já estava fechada e esvaziada a dez anos quando os proprietários decidiram renová-la para que pudesse ser utilizada como um refúgio de descanso aos fins de semana e feriados. A casa está localizada em uma das porções mais altas do terreno e logo percebeu-se nas primeiras visitas o amplo potencial de integração com a natureza e com as belas vistas proporcionadas por sua implantação.
A fim de valorizar os ambientes sociais da casa, a sala de estar, cozinha e varanda passaram a ser integradas de forma linear ao longo da fachada voltada para a vista nobre da casa. O segundo quarto passa a ocupar o lugar da sala original que, juntamente com o primeiro quarto, passam a ficar junto à fachada nascente. Dessa forma, foi possível “descompartimentar” a casa e obter uma sala maior, uma cozinha maior e um segundo quarto maior.
Na sala de estar, uma janela de peitoril baixo, com altura de assento, é o ponto focal da ambientação ressaltando a valorização da vista para a paisagem e o horizonte como um dos pontos altos do projeto. A “TV” é a vista para o mundo lá fora. A varanda, elemento nobre na típica casa de fazenda brasileira, ganha destaque como extensão da sala de estar e torna-se o principal ambiente para refeições e reuniões sociais. Para ampliá-la sem a necessidade de alterar a cobertura existente, foi criado um avanço semi-circular na fachada em tijolos vazados para a criação de um jardim e um redário.
Ainda seguindo a inspiração na linguagem da casa colonial brasileira, tanto as esquadrias como a estrutura da cobertura da varanda foram pintadas em uma única cor. Aqui foi escolhido o marcante tom do Azul França, presente nas esquadrias originais da casa que foram preservadas bem como nos portões da propriedade rural. Os azulejos azuis utilizados no banheiro e na cozinha foram desenhados e executados especialmente para este projeto, com desenho inspirado nos antigos azulejos encontrados na casa, como parte dos itens de memória afetiva que guiaram este projeto.
A casa, originalmente pouco dotada de ventilação cruzada e iluminação natural, passa a se abrir aos seus arredores não apenas com alterações internas de planta baixa como também através da criação de jardins junto ao primeiro quarto e ao banheiro, bem como uma área de serviço externa ao fundo da cozinha, substituindo as pequenas janelas existentes de vidro opaco nos fundos da casa. Dessa forma, torna-se possível manter portas e janelas abertas para a entrada constante de luz natural e ampliar a sensação de espaço interno dos cômodos da casa. A fim de ressaltar o caráter da casa como uma refúgio rural, afastado do agitado centro urbano de Brasília, o projeto consegue de forma bem sucedida integrar o visitante com a natureza do cerrado ao seu redor durante, ao mesmo tempo que preserva também a sua privacidade e segurança após o anoitecer.